Hoje eu li um texto sobre o medo e resolvi reproduzir e compartilhar com vocês. Sei que tem muita gente que não gosta do famoso textão, mas este eu garanto que vale a pena ler. É sobre o medo que mais atrapalha do que ajuda. Acredito que uma vez ou outra você já sentiu isso.
Em pleno século XXI, um em cada seis seres humanos passa fome. O
custo para superar a fome mundial seria uma fração muito pequena do que
se gasta em armamento. A fome será, sem dúvida, a maior causa de
insegurança do nosso tempo.
Mencionarei ainda uma outra silenciada violência: em todo o
mundo, uma em cada três mulheres foi -- ou será -- vítima de violência
física ou sexual durante o seu tempo de vida. É verdade que, sobre uma
grande parte do nosso planeta, pesa uma condenação antecipada pelo fato
simples de serem mulheres.
A nossa indignação, porém, é bem menor que o medo. Sem darmos conta,
fomos convertidos em soldados de um exército sem nome e, como militares
sem farda, deixamos de questionar. Deixamos de fazer perguntas e
discutir razões. As questões de ética são esquecidas, porque está
provada a barbaridade dos outros e, porque estamos em guerra, não temos
que fazer prova de coerência, nem de ética nem de legalidade.
É sintomático que a única construção humana que pode ser vista do
espaço seja uma muralha. A Grande Muralha foi erguida para proteger a
China das guerras e das invasões. A Muralha não evitou conflitos nem
parou os invasores. Possivelmente morreram mais chineses construindo a
muralha do que vítimas das invasões que realmente aconteceram. Diz-se
que alguns trabalhadores que morreram foram emparedados na sua própria
construção.
Esses corpos convertidos em muro e pedra são uma metáfora do quanto o medo nos pode aprisionar.
Há muros que separam nações, há muros que dividem pobres e ricos, mas
não há hoje, no mundo um muro, que separe os que têm medo dos que não
têm medo. Sob as mesmas nuvens cinzentas vivemos todos nós, do sul e do
norte, do ocidente e do oriente. Citarei Eduardo Galiano acerca disto, que é o medo global, e dizer:
"Os que trabalham têm medo de perder o trabalho; os que não trabalham
têm medo de nunca encontrar trabalho; quando não têm medo da fome têm
medo da comida; os civis têm medo dos militares; os militares têm medo
da falta de armas e as armas têm medo da falta de guerras.
E, se calhar, acrescento agora eu: há quem tenha medo que o medo acabe.
Mia Couto - Há quem tenha medo que o medo acabe.
Mia Couto (1955), pseudônimo de Antônio Emílio Leite Couto, nasceu na
cidade da Beira, em Moçambique, África, no dia 5 de julho de 1955. Filho
de Fernando Couto, emigrante português, jornalista e poeta que
pertencia aos círculos intelectuais de sua cidade. Com 14 anos, Mia
Couto publicou seus primeiros poemas no jornal Notícias da Beira
"Carpe diem, quam minimum credula postero", ( Horácio ) é um convite para se aproveitar a vida usufruindo intensamente os momentos,vivendo o melhor possível. Carpe Diem - Aproveite o dia. Sugestões e ideias para uma vida sem muitos problemas, facilitando ao máximo sua passagem pelo planeta
Assinar:
Postar comentários (Atom)
EU
Como já disse alguém : Antes de julgar a minha vida ou o meu caráter... calce os meus sapatos e percorra o caminho que eu percorri, viva as ...
-
Tem muita gente que sabe... tem alguns que não. Acho uma boa dica até para imprimir e colocar por perto do seu Lap Top. A cabeça as veze...
-
Por falar em dinheiro, que é uma coisa que todo mundo gosta e precisa. Achei uma nova tabela para economizar muito interessante. Quem me co...
Nenhum comentário:
Postar um comentário